Resumo em Português

Os designers holandeses ganharam uma posição especial no cenário internacional do design. Seu trabalho adquiriu a reputação de ser artístico e conceitual, embora também prático e funcional. A Rietveld Chair de Gerrit Rietveld, o Sleeping Couch BR 02.7 de Martin Visser e o design azul e amarelo dos trens das ferrovias holandesas inventado por Gert Dumbar são todos designs icônicos, reconhecidos como design holandês muito além das fronteiras dos Países Baixos. Viraram clássicos que pavimentaram a estrada para futuras gerações. Desde os fundadores do design holandês, aos designers de hoje e de amanhã.

Design holandês

O conceito do design holandês foi introduzido em meados dos anos 1990. Além do seu significado literal, estas palavras são símbolo de uma coisa muito maior: uma forma de trabalho extremamente funcional e ao mesmo tempo caracterizada por uma abordagem autônoma. Uma declaração, uma história ou um pensamento que dão a um design valor agregado, transformando paulatinamente o design em arte.

Com o estabelecimento da Droog Design em 1993, o designer Gijs Bakker e a historiadora do design Renny Ramakers deram um enorme impulso ao design holandês. Eles demonstraram ao mundo a natureza não convencional do trabalho produzido nos Países Baixos, como o Chest of Drawers de Tejo Remy (1991), uma cômoda feita com uma desordenada coleção de gavetas recicladas unidas apenas por uma faixa. Ela representa um protesto contra a superprodução e o consumismo, denunciados por um designer que declarou que ele “particularmente não queria fazer design”. Outro típico design, clássico dos Países Baixos, que pode ser rastreado até uma iniciativa de Droog, é a Knotted Chair de Marcel Wanders: uma leve cadeira que é o resultado da combinação da tecnologia industrial e do artesanato manual. Eles e seus companheiros designers de produtos, como Richard Hutten, Jurgen Bey e Hella Jongerius, e designers gráficos, como Irma Boom, garantiram que os olhos do mundo do design em todo o globo voltassem para ver os Países Baixos. Eles mudaram nossa perspectiva da vida cotidiana e nossas idéias sobre a estética. Muitos deles ensinaram, ou ainda ensinam, em instituições holandesas de educação, para que os fundadores do design holandês ainda exerçam influência nas gerações mais novas de designers. Esta geração cresceu com a idéia do pensamento conceitual e aprendeu a pensar além dos estereótipos. Alguns deles resgatam valores antigos e dão muita importância à filosofia que diz que “a forma segue a funcionalidade”, enquanto outros, que experimentam novas técnicas e se aproximam de outras disciplinas, ora tecendo fibras de alta tecnologia, ora fazendo uma cadeira com tecnologia da indústria automotiva, estão constantemente expandindo as fronteiras de seu campo de trabalho.